O Projeto Superar e Ser Feliz apresenta Andreia Baricelli, um exemplo de força, fé e superação. Sua trajetória, marcada por desafios pessoais e profissionais, mostra como é possível transformar dor em aprendizado e construir uma vida de propósito. De jovem empreendedora em São Paulo a terapeuta e mentora nos Estados Unidos, ela inspira mulheres a resgatarem sua autoestima, cultivarem relacionamentos saudáveis e encontrarem equilíbrio entre o amor próprio e o amor ao próximo.

 

​SOBRE ANDREIA BARICELLI

​Andreia Baricelli é brasileira, nascida em São Paulo, e vive em Orlando, Flórida, há 10 anos. Psicanalista, terapeuta integrativa, palestrante e mentora de mulheres, é fundadora da Love Academy,

onde ajuda mulheres a fortalecerem a autoestima, ressignificarem suas dores e viverem

relacionamentos mais saudáveis. Casada há 33 anos com o ator Luigi Baricelli, é mãe,

empreendedora e apaixonada pela vida, pela fé e pelo desenvolvimento humano. Sua

trajetória é marcada pela superação de desafios, incluindo o câncer de mama, que transformou

em Inspiração para outras mulheres.

 

JORNADADE SUPERAÇÃO 

Aos 15 anos, eu já trilhava meu próprio caminho, mergulhando no mundo do trabalho. Participava de feiras e congressos, cuidava da minha irmã mais nova e trabalhava com minha mãe em um instituto de estética da família. Aos 18, eu administrava uma das filiais e estudava Psicologia, equilibrando sonhos e projetos.

Sempre tive bloqueio com namorados, achava o “sexo” algo sujo. Desconhecia o motivo, pois havia bloqueado minha memória. Depois de uma regressão, o motivo veio à tona: lembrei-me de que, quando criança, fui abusada por um membro da minha família. Isso atrapalhou muito meus relacionamentos, mas, ao tomar consciência, passei a trabalhar essa dor. Quando sabemos a origem, fica mais fácil resolver problemas internos.

Me casei aos 20 anos, o que me levou a deixar tudo para trás: minha cidade, minha família, meus projetos — e embarcar em uma nova vida no Rio de Janeiro. Ele, um ator famoso, lindo… Passei a cuidar da agenda dele, dos contratos e, depois, vieram os filhos. As responsabilidades só aumentavam.

No começo, tudo parecia um conto de fadas, mas, com o tempo, comecei a me sentir ofuscada pelo brilho daquele universo de holofotes. Não me achava bonita o suficiente, me comparava às belas atrizes e sentia que tudo o que eu fazia não era o bastante. Abandonei meus sonhos e me dediquei inteiramente à carreira dele, à nossa família, aos filhos… mas, dentro de mim, crescia um vazio. Eu acreditava que, para me reencontrar, precisaria me separar, viver sozinha, longe de tudo, para finalmente cuidar de mim.

Para evitar brigas, me calava. Nossa comunicação não era boa e, por várias vezes, pensei em me separar. Foi então que a vida, com sua sabedoria, me trouxe um desafio ainda maior: o diagnóstico de câncer de mama. A notícia foi um abalo, mas também um despertar. Sentia que Deus havia me dado a oportunidade de aprender na dor e crescer com isso.

Durante o tratamento, pensei que a separação seria a melhor opção. Assim, eu cuidaria de mim sem a responsabilidade de cuidar de mais ninguém. Foi quando mergulhei em uma jornada de autoconhecimento, questionei minhas crenças e percebi que a ideia de que eu precisava ficar sozinha para me cuidar era uma invenção da minha mente, uma fuga. Entendi que eu podia, sim, me valorizar e me amar sem abandonar aqueles que eu amava.

Fizemos um retiro, somente eu e ele, mais ninguém. Falamos de tudo o que nos magoava e ouvimos um ao outro. Esse processo de redescoberta trouxe um novo fôlego ao nosso relacionamento. Meu marido e eu passamos a nos comunicar de forma mais assertiva, a nos ouvir com mais empatia e escuta ativa, e isso nos fez redescobrir o amor de uma forma mais madura e profunda.

Comecei a me enxergar mais, a me cuidar mais. Aprendi que cuidar de mim mesma não era sinônimo de solidão, mas de equilíbrio. E que o amor verdadeiro cresce quando nos permitimos ser inteiros — pois, depois que comecei a cuidar de mim, passei a receber muito mais amor do meu marido.

Sei que estamos aqui para Vencer… Dores!

Hoje, ao compartilhar minha história, quero mostrar que, por trás de cada desafio, existe uma oportunidade de renascimento. Que a superação é um caminho de volta para nós mesmas — e que o amor, a resiliência e a coragem nos tornam capazes de escrever nossa própria história, com todas as cores e nuances que ela merece.